
Um estudo Sueco publicado em 2014 objetivou avaliar a fobia social em adultos com transtorno do espectro autista. A pesquisa avaliou a gravidade e a prevalência de fobia social comparando três grupos: adultos com transtornos do espectro autista, com fobia social e um grupo de comparação que não possuía TEA.
Através da aplicação de testes e escalas observou-se que indivíduos com transtorno do espectro autista (TEA) apresentaram escores significativamente mais elevados de ansiedade e esquiva social em relação ao grupo de comparação (não-TEA), mas ao mesmo tempo escores significativamente menores em relação ao grupo com fobia social.
Além disso, o estudo indicou que podem existir diferenças qualitativas da ansiedade social entre os grupos, uma diferença importante entre os grupos é a presença de inaptidão social no grupo com TEA.
Indivíduos com fobia são incapazes de desempenho social adequado, embora possuam habilidades sociais necessárias para isso. Eles acabam então evitando participar do convívio, mas em última instância desejam ter uma vida social mais saudável e sofrem com a falta dela. Enquanto o grupo com transtornos autistas são socialmente “desajeitados”, independentemente se eles têm conhecimento ou não sobre suas pobres habilidades sociais. Apresentam dificuldade para se comunicar sendo seus diálogos marcados por embaraço e falta de coesão.
Além disso, os autores salientam também que a observação clínica contribui para diferenciar os dois quadros, pois é alta a prevalência de sinais fisiológicos na fobia social (tais como vermelhidão, suor e tremores), que raramente são observados em transtornos do espectro autista. Salientam também que o diálogo com uma pessoa com fobia social geralmente transcorre sem problemas, em contraste com respostas curtas de uma pessoa com TEA. Enfim são muitas as diferenças entre os dois quadros, saber reconhecê-las é o primeiro e fundamental passo para um diagnóstico e tratamento adequados.
Referência: Bejerot et al. Social anxiety in adult autism spectrum disorder. Psychiatry Res 2014; 220(1-2): 705-707. [Link]
0 comentários:
Postar um comentário