Por Igor de Andrade Cardoso Oliveira e Mastroiani Rodrigues Costa Araújo.
A OMS ou WHO
(Organização Mundial de Saúde ou World Health Organization) conceitua saúde
como um “estado de perfeito bem-estar físico, mental e social”. A saúde mental
é uma dos três componentes da saúde geral. Nesse sentido são necessários
estudos que investiguem quais seriam os principais gatilhos para o
desenvolvimento de transtornos mentais sendo esses de suma importância para o
entendimento e, com isso, avanço nas pesquisas na área de prevenção de doenças.
Este tema já foi abordado por diversos outros pesquisadores, mas ainda não se
chegou a conclusões e resultados suficientes para o bom entendimento da
questão.
O artigo “Saúde geral e sintomas depressivos em universitários”, de
Adriana Munhos Carneiro e Makilim Nunes Baptista, da Universidade de São
Francisco teve como objetivo analisar a relação existente entre transtornos
depressivos e atividades acadêmicas baseando-se em trabalhos consagrados
publicados por outros autores utilizando a EDEP (Escala de Depressão) e com o
QSG-60 (Questionário de Saúde Geral). Analisou-se também se os grupos abordados
pela pesquisa variam quanto ao sexo, faixa etária, nível sócio econômico ou
histórico de doença mental na família. Portanto, analisou-se basicamente a
depressão, seus fatores associados e predisponentes além dos instrumentos
existentes para sua medição. Nesse estudo participaram 98 universitários, com
idade média de 25,8 anos.
Estudos sobre a prevalência de Transtornos Mentais Menores em
universitários mostram que, fatores como desconfiança no próprio desempenho, distúrbios
psicossomáticos e estresse psíquico sugerem ser os principais fatores que podem
levar o sujeito a desenvolver transtornos mentais, indiferente da idade ou
sexo. Outros estudos revelaram que indivíduos com estresse psíquico e/ou
desconfiança no próprio desempenho provavelmente avaliam a si e ao mundo de
forma mais negativista, sentindo-se assim, mais vulneráveis. Existem diferenças
também entre os sexos nas formas de manifestação dos sintomas depressivos.
Vemos que homens optam por formas mais externalizantes sendo estas associadas a
maior frequência de irritabilidade e raiva, uso de álcool, procura por
medicações, chegando até mesmo a tentativas de suicídio. Já as mulheres optam
por formas mais internalizantes, como embotamento afetivo, a tristeza e a
desesperança.
Em um estudo recente realizado com
estudantes universitários, foi observado que 90% dos estudantes se queixaram de
insônia e distúrbios do sono, assim como de ansiedade (65%) e estresse
emocional e físico (90%). Esses estudos foram realizados com 134 universitários
e, após avaliação destes por alguns autores, concluiu-se que esse grupo não
possui condições de saúde adequadas para prosseguir com a graduação de forma
saudável.
Comparando-se dados obtidos por
outros autores mencionados no próprio estudo, com os dados obtidos nos testes
realizados no mesmo, vimos que:
- Em relação ao nível econômico, foi observado para
Souza Baptista e Alves (2008), um maior nível econômico está associado a menor
estresse e menos distúrbios psicossomáticos. Já no estudo realizado pelo
artigo, não foi deflagrada nenhuma diferença entre os diferentes níveis
econômicos dos participantes.
- No que tange a variação devido ao sexo, de acordo
com Cerchiari, Garcia, &Facenda, 2009, mulheres são mais susceptíveis a
ausência de saúde mental do que homens com uma diferença estatisticamente
significativa. Já na pesquisa realizada pelo estudo, não obteve-se diferença
estatística significativa entre os sexos.
- De acordo com a idade, Santo e Kassouf observaram
em sua amostra que o aumento da idade resultava em maiores riscos de surgimento
da depressão. Entretanto, o resultado do estudo realizado no artigo e dos
estudo de Cerchiari, a idade não levou a alterações significativas.
- Referente ao estado civil, tanto o estudo do artigo
quanto os resultados encontrados por Cerchiari concluíram que este não foi um
fator que leva a alterações importantes na probabilidade de se envolver em um
transtorno depressivo. Mais ainda necessita mais estudos a respeito dessa questão.
- Quanto ao fator genético, no estudo realizado, este
não foi estatisticamente relevante. Mas esse resultado diverge com outros
autores como Laffer&Vallada Filho por exemplo.
Com os dados e resultados obtidos
por este artigo, concluímos que ainda é necessário estudos com maiores grupos
amostrais e com testes mais eficientes e menos cansativos para resultados mais
fidedignos a realidade. É necessário que, em próximos estudos, seja feita uma
avaliação mais completa levando-se em conta eventos de vida associados às
variáveis analisadas no estudo.
Referência:
Carneiro AM, Baptista MN. Saúde geral e sintomas depressivos em universitários. Salud & Sociedad 2012; 3(2):166-178. [Link]
Carneiro AM, Baptista MN. Saúde geral e sintomas depressivos em universitários. Salud & Sociedad 2012; 3(2):166-178. [Link]
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