Copyright © Psiquiatria UFMG
Design by Dzignine
terça-feira, 7 de abril de 2020

Sobre o Blog

Este é um blog ligado às turmas do prof. Arthur Kummer da disciplina “Semiologia e Nosologia Psiquiátrica” e "Psiquiatria Clínica" da Faculdade de Medicina da UFMG, funcionando como uma extensão das mesmas. A proposta é ampliar discussões sobre Psicopatologia e Psiquiatria Clínica através de pequenos textos, indicações de filmes e bibliografias (particularmente, guidelines de tratamento), e disponibilização de trabalhos. Esta atividade não pretende substituir às aulas teóricas e práticas, mas antes promover um aprendizado mais dinâmico e interativo.
sábado, 6 de dezembro de 2014

Transtorno de Ansiedade: maior risco de suicídio?

Por Lívia Calastri e Sabline Rodrigues.

O comportamento suicida vem ganhando impulso em termos numéricos e, principalmente, de impacto, sendo que nos últimos 45 anos, a mortalidade global por suicídio vem migrando em participação percentual do grupo dos mais idosos para o de indivíduos mais jovens (15 a 45 anos). Tanto que na faixa etária entre 15 e 35 anos, o suicídio está entre as três maiores causas de morte e em indivíduos entre 15 e 44 anos, o suicídio é a sexta causa de incapacitação.

Um dos prováveis motivos para isso é a mudança sociocultural que vem ocorrendo no mundo desde as Revoluções Industriais, exacerbada com o advento da internet e da globalização, as quais causaram grandes alterações no cotidiano das famílias e do indivíduo, trazendo um volume muito maior de informações, oportunidades, benefícios e, ao mesmo tempo, novas responsabilidades, deveres e obrigações.

O Impacto do Uso da Maconha na Memória de Adolescentes

Por Vinícius de Moraes Palma e Pedro Henrique R. Carvalho.

O uso da maconha tem se tornado cada vez mais popular entre os adolescentes brasileiros. A grande maioria deles influenciados por questões semelhantes às que fizeram os jovens do início do século XX a consumirem o cigarro industrializado. Esse crescente uso da maconha por jovens apoiado por movimentos que buscam a descriminalização da venda, tornou-se assunto de grande polêmica social e científica. No campo da ciência, muitas questões continuam sem serem respondidas, dentre elas deve-se destacar às que se referem ao uso crônico da planta: “Quais são suas reais consequências para o sistema nervoso?” “Existe relação entre o uso da maconha na adolescência e falhas cognitivas futuras?”. Para responder essas questões diversas pesquisas têm sido realizadas. Vários aspectos ainda não puderam ser concluídos, mas já se sabe que o uso da maconha por adolescentes é sim uma importante questão de saúde pública e deve receber atenção dos governos.
Recente estudo realizado nos Estados Unidos entitulado Repeated Δ9-Tetrahydrocannabinol Exposure in Adolescent Monkeys: Persistent Effects Selective for Spatial Working Memory, publicado no American Journal of Psychiatry em Abril de 2014,  mostrou que o uso constante de maconha pode causar alterações na memória de trabalho espacial em adolescentes. No estudo foram usados sete pares de macacos com 14 a 18 meses de vida (tempo de vida com alto desenvolvimento cerebral, assim como na adolescência humana) que receberam doses de THC intravenoso diariamente por 6 meses e tiveram que realizar testes relacionados a memória. Os resultados foram quantificados e mostram que em testes de memória espacial, em que os macacos tinham que memorizar a posição de um objeto mostrado na tela de um computador, o THC teve uma grande influência negativa no desenvolvimento desse tipo de habilidade. Com isso, o estudo sugere que o uso de maconha na adolescência pode estar relacionado com alterações cognitivas de seres humanos na fase adulta, sendo um importante problema de saúde pública.

Quedas, um problema em ascensão

Por Álvaro Luiz Mendes da Nóbrega e Diogo Lemos Araujo.

Os países em desenvolvimento apresentaram, nas ultimas décadas, uma progressiva diminuição nas taxas de mortalidade e fecundidade. Associados, esses dois fatores promoveram a base demográfica para um envelhecimento dessas populações. O crescimento populacional de idosos, em números absolutos e relativos, é um fenômeno mundial e esta ocorrendo a um nível sem precedentes. Isto é considerado pela demografia como um sinal de desenvolvimento e para a saúde publica uma conquista, pois almejar vida longa é uma aspiração legitima do ser humano. Com o envelhecimento muitas preocupações surgem e uma muito importante são as quedas.

As quedas são um dos principais problemas de saúde para idosos. Aproximadamente 30% da população de idade acima de 65 anos experimenta uma experiência de um ou mais quedas anualmente. As quedas são a terceira principal causa de doenças crônicas que geram deficiência em todo o mundo. Nos EUA, a estimativa anual do custo para lesões relacionadas com quedas excedeu 9 bilhões de dólares para aqueles com idade de 65 anos ou mais em 2004.

O uso de antidepressivos pode aumentar o risco de suicídios?

Por Amanda Lage Alves, Rafael de Matos Tavares e Pedro Henrique Machado.

Fármacos e efeitos colaterais estão intimamente relacionados. Não podemos negar os benefícios que as drogas farmacêuticas trouxeram para nossa sociedade. No entanto, temos seus efeitos adversos atrelados. O controle do custo-benefício para a saúde do paciente é controlado primeiramente pelas agências reguladoras. Elas analisam se os fármacos são mais benéficos do que prejudiciais e autorizam sua venda comercial. Além desse papel de liberar a comercialização, elas também são responsáveis em exigir dos fabricantes a seguirem alguns parâmetros de transparência, como, por exemplo, alertar ao consumidor os possíveis efeitos colaterais de seu produto.

Em 2004 a FDA (Food and Drug Administration) regulamentou que os antidepressivos deveriam apresentar em seu rótulo um novo aviso, em uma caixa de texto preta, avisando aos consumidores que esses fármacos eram responsáveis pelo aumento do pensamento, sentimento e comportamento suicida em jovens. Essa nova regulamentação despertou o questionamento de inúmeras pessoas do meio médico, pois esse aviso poderia desencorajar pessoas deprimidas a procurarem ajuda e, também, os médicos a prescreverem tais medicamentos. Sendo assim, uma medida que poderia ser mais danosa à sociedade do que benéfica, pois indivíduos que necessitam de apoio ficariam desamparados e, portanto, mais vulneráveis ao risco de suicídio. Agora, passados 10 anos dessa medida, quais foram seus efeitos? As taxas de suicídio aumentaram ou decaíram? O taxas de detecção e tratamento de quadros depressivos se alteraram?

Consumo de drogas entre jovens. É tudo a mesma coisa?

Por Guilherme Dias Rocha de Mello e Letícia Pereira Fortunato.

O uso e abuso de substâncias psicotrópicas entre jovens, principalmente entre os estudantes universitários, tem aumentado gradativamente nos últimos anos, sendo um problema de saúde coletiva que desperta atenção. Tal problema pode gerar consequências para o usuário como o desenvolvimento de diversos transtornos relacionados ao uso de substâncias, divididos pelo DSM-IV em transtorno por uso de substância, incluindo dependência e abuso, e transtorno induzido por substância, o qual inclui intoxicação, abstinência, Delirium, demência persistente, transtorno amnésico persistente, transtorno psicótico, transtorno de humor, transtorno de ansiedade, disfunção sexual e transtorno do sono.

Um estudo recente realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo compara o uso de drogas entre universitários brasileiros e norte-americanos, assim como com a população jovem geral brasileira, na tentativa de identificar possíveis diferenças de uso de drogas pela interferência da cultura.

Será que saí são?

Por Marihana Miranda Batista e Lygia Borges Milhomem.

Uma internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) é uma experiência da vida que, sem dúvidas, deixa grandes lembranças. Atualmente, tem-se estudado cada vez mais as alterações psiquiátricas que os eventos relativos à internação em UTI podem causar. Dentre elas, destacam-se: a depressão, os transtornos de ansiedade, as alterações de memórias e o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Estudo recente desenvolvido, por um ano, no Hospital Universitário do Oeste do Paraná, relaciona a prevalência de transtorno de estresse pós-traumático em pacientes submetidos à ventilação mecânica.