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quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O impacto do uso do computador na saúde mental de jovens adultos

Por Izabela Gomes Guarinon e Joice Coutinho de Alvarenga.

Na atualidade, o desempenho do papel social vem dependendo cada vez mais do uso do computador. Nas escolas, nas universidades, no trabalho a interação com esta ferramenta é imprescindível para o êxito nas atividades diárias, sendo necessária até mesmo na consolidação das relações interpessoais.

Esta grande influência levanta questionamentos acerca dos seus impactos na saúde mental. Ao mesmo tempo que se constitui como uma ampliação das redes sociais e expansão dos limites físicos, o computador (e a internet) podem ser utilizados como uma fuga da realidade, favorecendo a reclusão e o isolamento.

Tal investigação foi o tema do artigo “Computer Use and Stress, Sleep Disturbances, and Symptoms of Depression Among Young Adults”, de Sara Thomée, Annika Härenstam e Mats Hagberg. Eles aplicaram um questionário em jovens adultos selecionados randomicamente, com idades entre 20 e 24 anos, abordando o padrão de uso de computadores e a percepção destes acerca da sua saúde mental.

De médico e louco... Todo residente tem um pouco

Por Gabriela Agostini, Franciéli Schäffer e Fernanda Menezes.

Sabidamente, a rotina dos estudantes da área da saúde, especialmente os de medicina, é estressante. Muito estudo, faculdade em período integral (o que mantém a maioria dos estudantes dependente dos pais por mais tempo), noites em claro, além de, obviamente, começar a lidar com situações de perda, doença, sofrimento e morte. Até aí, nenhuma novidade. O que pesquisas revelaram recentemente é que o ambiente em que se inserem os estudantes e residentes da área da saúde como um todo favorece a ocorrência dos transtornos mentais comuns (TMC), levando-os a ser um grupo de maior risco de adoecimento mental.
Para entender um pouco melhor o assunto, é preciso explicar o que são os TMC. Na década de 70, Goldberg e Huxley cunharam a expressão “transtornos mentais comuns” para se referir a sintomas como insônia, fadiga, irritabilidade, esquecimento, dificuldade de concentração e queixas somáticas. Apesar de, inicialmente, não apresentarem gravidade significativa, os TMC estão relacionados aos transtornos de ansiedade, somatização e depressão sem sintomas psicóticos, podendo ter relação com a incapacidade e a ausência no trabalho.

Maconha e esquizofrenia

Por Iara Fantini Magalhães e Camilla Russi Rezende.

Com a grande discussão sobre a legalização da Cannabis sativa, conhecida popularmente como maconha, uma questão vem à tona: a relação do uso da maconha e o desenvolvimento de esquizofrenia.
Os argumentos pró-legalização da Cannabis enfatizam a redução do narcotráfico e conseqüentemente da criminalidade, além do aumento da arrecadação de impostos. Porém não levam em conta os possíveis transtornos psiquiátricos que podem ser desencadeados ou causados pelo seu uso, que a longo prazo poderão onerar o orçamento público com tratamentos e inserção social desses pacientes. Por isso muitos estudos estão sendo realizados com o objetivo de analisar se há essa relação entre Cannabis, esquizofrenia e outros transtornos mentais. 

Fissura por crack: comportamentos e estratégias de controle de usuários e ex-usuários

Por Izadora Lorena Ferreira Reis e Lucas Domingos Rodrigues da Cunha.

O crack é um derivado da cocaína, convertida em sua forma alcalina denominada pasta básica, de imenso poder viciante, por sua grande capacidade de induzir fissura. A fissura é definida como um forte impulso para o consumo da substância, estritamente ligada ao comportamento de uso compulsivo, à dependência e às recaídas após períodos de abstinência. Muitas vezes referida como uma necessidade imprescindível para o corpo, indispensável para a vida, comparada à fome, a fissura é definida como fator causal do fenômeno conhecido como binge: um padrão de consumo intenso, contínuo e repetitivo de crack que pode durar dias, até que se termine a disponibilidade da droga, ou até que se haja a exaustão do usuário. 

O uso abusivo e a dependência de drogas são problemas de saúde, já que suas consequências não se limitam à condição moral (rebaixamento de valores), psíquica e física do usuário; mas estende-se também a aqueles que se encontram ao seu redor, por meio da prostituição, violência, doenças sexualmente transmissíveis, que acompanham intrinsecamente a vida dos dependentes.
A fim de analisar a fissura no crack e seu reflexo no comportamento, foi feito um estudo qualitativo de 40 pessoas (dentre elas 31 usuárias e 9 ex-usuárias, da cidade de São Paulo, com mais de 18 anos, de ambos os sexos, que não apresentavam comprometimento cognitivo advindo do uso da droga).